Há julgamentos que acontecem diante dos homens — e há outros que acontecem diante de Deus.
Nem sempre coincidem.
Nos tribunais e na vida, a Justiça humana tenta imitar a divina, mas tropeça nas limitações do tempo, das provas e das paixões. Ainda assim, é no coração do homem que se decide se a lei será instrumento de vingança ou de redenção.
O peso do certo e o valor do justo
Cumprir a lei é obrigação.
Fazer o justo é vocação.
O mundo jurídico aprendeu a medir gestos, calcular penas, equilibrar razões.
Mas há um momento em que nenhuma norma é suficiente — aquele instante em que a consciência fala mais alto que o código.
Porque há sentenças que não cabem no papel.
E há absolvições que só o arrependimento concede.
Quando o direito encontra a graça
O advogado, o juiz, o promotor — todos, antes de qualquer função, são pessoas.
E quem julga o outro precisa lembrar que também será julgado.
A graça de Deus não anula a Justiça — a eleva.
Não significa impunidade, mas a oportunidade de recomeço.
E o verdadeiro papel da Justiça é conduzir o homem à verdade que liberta, não apenas à pena que castiga.
Justiça sem amor é só poder
O poder que não se dobra diante da compaixão vira prepotência.
E o juiz que não ora, o advogado que não escuta, o promotor que não reflete — todos correm o risco de se afastar do propósito pelo qual servem.
A Justiça que vem de Deus não é cega — é misericordiosa.
Ela enxerga o erro, mas também a intenção.
Vê o crime, mas não ignora o arrependimento.
Conclusão: a sentença que o céu confirma
A maior vitória não é ganhar uma causa — é não perder a alma no caminho.
A Justiça que permanece é aquela que escuta o Espírito antes de assinar a decisão.
“Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o Senhor pede de ti, senão que pratiques a justiça, e ames a misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus?”
— Miqueias 6:8
Comentários: